sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Viajando de carro por Argentina, Chile e Uruguai - Parte I

Dizem que quando um lugar é longe, ele é no fim do mundo, não é mesmo? Foi pensando no principal destino da nossa viagem, o Deserto do Atacama, que demos a ela o nome de Missão Fim do Mundo. É claro que existem lugares bem mais distantes do Brasil, mas tínhamos um fator que potencializava essa distância: toda a viagem seria feita de carro!

Uma promoção de passagem aérea fez nascer no nosso grupo de amigos a vontade de viajar para um lugar diferente. A princípio, iríamos para a Bolívia, mas a promoção (ou erro do site) foi encerrada antes mesmo de preenchermos os dados dos 10 passageiros, ou seja, ficamos frustrados e com uma vontade imensa de viajar.

Após a frustração, decidimos montar um roteiro e logo veio a ideia de conhecer o Deserto do Atacama, no Chile. Para deixar a viagem mais divertida, resolvemos ir de carro (?) e, assim, também passar por outros países da América do Sul, como a Argentina e o Uruguai.

Sair de carro de Vitória/ES faria a viagem ficar pelo menos 6 dias mais longa, então tivemos a ideia de economizar energia e sair de Porto Alegre/RS. Sendo assim, nós, 8 aventureiros de primeira viagem, compramos passagens de Vitória/ES a Porto Alegre/RS e começamos a busca por locadoras de veículos na capital gaúcha.

Começamos a viagem saindo de Vitória/ES no dia 02 de janeiro de 2015, bem cedo, às 6h da manhã. Por volta das 11h da manhã, estávamos em Porto Alegre/RS. Chegamos à capital gaúcha e fomos direto para a locadora de veículos, que ficava bem próxima ao aeroporto. Retiramos os veículos (Fiat Pálio Weekend e Chevrolet Colbat) e seguimos para o primeiro trecho do roteiro: Porto Alegre x Uruguaiana/RS.

Foram 632 KM até Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina. Chegamos na cidade ao anoitecer e fomos em busca de informações sobre a travessia, o que nos deixou em alerta com a documentação, que não tinha sido entregue completa pela locadora de veículos. No outro dia (03/01), esperamos pela manhã na praça principal da cidade - onde há um bar em forma de coreto e uma catedral - até que fosse enviada a documentação completa e, assim, pudéssemos seguir viagem.

Passamos pela fronteira sem problemas e seguimos rumo a Presidencia Roque Sanz Peña, primeira cidade argentina que faríamos parada. Até lá foram 556 KM, passando por cidades como Corrientes e Providência, separadas pelo Rio Paraguay. Esse segundo dia de estrada foi compensado com um dos melhores hotéis de toda a viagem, o Atrium Gualok, que possuía piscina aquecida e cassino.

O terceiro dia (04/01) já nos reservava lindas paisagens pelo caminho. Seriam 650 KM até Salta, ainda na Argentina, cidade que fica aos pés da Cordilheira dos Andes. Salta é uma cidade grande e muito movimentada, então decidimos sair à noite para conhecer o centro da cidade, que estava com ruas e bares lotados.
 
Ao amanhecer, durante o café da manhã, tivemos o prazer de avistar a Cordilheira dos Andes do terraço do hotel. A viagem nesse quarto dia (05/01) seria a mais longa e bela até o momento: 735 KM até San Pedro de Atacama, no Chile, passando por lindas paisagens como diques, montes congelados, desertos de sal e o Cerro Sete Colores, montanha que possui sete cores de terra diferentes, sem falar na experiência de estar em um dos pontos mais altos da América do Sul, no topo da Cordilheira dos Andes.

O quinto dia de viagem (06/01) começou no Deserto do Atacama, o lugar mais incrível do mundo. O primeiro passeio do dia foi para a Laguna Cejar, lagoa com enorme concentração de sal, que faz os banhistas flutuarem sem o mínimo esforço. Algumas horas depois, partimos para os Termas de Puritama, lugar sensacional com piscinas termais, um verdadeiro oásis no meio do deserto. Os dois passeios foram feitos com nossos próprios carros.

O sexto dia (07/01) começou bem cedo. Saímos às 5h30 da manhã, dessa vez com uma agência de turismo, rumo aos Geysers del Tatio, concentração de gêiseres, pequenos vulcões de água ferventes que emergem do chão e criam uma experiência incrível - os ovos utilizados no café da manhã foram cozidos na água quente que brotava do chão. Chegando de volta à cidade, seguimos para o Vale de la Luna, onde passamos por cavernas de sal e avistamos o pôr do sol na famosa Piedra del Coyote.
 
Continuarei o relato no post "Parte II".

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