Paraísos no sul da Bahia: Trancoso e Arraial D'Ajuda

Dizer que o litoral da Bahia possui destinos incríveis não é novidade, não é mesmo? Porém, dois lugares em especial chamam a atenção dos viajantes que se aventuram pelo sul do estado baiano. Trancoso e Arraial D'Ajuda, distritos de Porto Seguro, reservam lugares excepcionais!

Em setembro de 2013, resolvemos passar alguns dias em Trancoso, uma vila charmosa e muito frequentada no sul da Bahia. Foram 5 noites de hospedagem na Pousada Big Bambu, que na época ofereceu ótimo custo benefício (a hospedagem foi em um bangalô com capacidade para até 4 pessoas).

Chegamos na famosa vila em uma terça-feira à tarde. Aproveitamos o dia para conhecer o famoso Quadrado, espaço gramado que fica no centro da vila, rodeado de casas coloridas que abrigam lojas e restaurantes disputados. Ao final do Quadrado fica a igreja centenária e, logo atrás dela, um mirante com vista para o mar.

No dia seguinte, quarta-feira, saímos em direção às praias mais próximas da vila, que são a Praia dos Nativos e a Praia dos Coqueiros. A primeira delas concentra barracas bem estruturadas, mas a segunda reserva maior beleza e piscinas naturais, que proporcionam banho de mar tranquilo.

Na quinta-feira foi dia de conhecer a famosa Praia do Espelho. A praia fica a alguns quilômetros de distância de Trancoso e a viagem é toda por estrada de chão. Chegamos a uma pousada onde existia um dos acessos à praia, deixamos o carro no estacionamento (na época, o valor cobrado foi de R$10) e descemos uma pequena trilha pela mata até chegar na exuberante Praia do Espelho, que possui várias barracas e restaurantes, além de espaços para descanso com puffs e redes.

Na sexta-feira decidimos ir a Arraial D'Ajuda. Conhecemos a região histórica da vila, que possui lojas de artesanato e uma bela igrejinha onde é possível amarrar uma daquelas fitinhas coloridas, muito parecido com o que ocorre no Senhor do Bonfim, em Salvador. Seguimos para a praia e decidimos ficar na Praia do Parracho, que oferece estrutura muito boa de bares e restaurantes.

No sábado, nosso último dia pela região, resolvemos ir à famosa Barraca Axé Moi, na Praia de Taperapuã, em Porto Seguro. A praia é bonita, mas nada se compara com a tranquilidade e o conforto que tivemos no dia anterior, por isso ficamos apenas alguns minutos e voltamos para Arraial, onde passamos o resto do dia.

Entre Trancoso e Arraial D'Ajuda, Trancoso é um melhor destino, sem dúvidas. A vila tem um ar tranquilo e requintado, sem falar nas praias que são ótimas. É um destino para o qual eu quero voltar quando for ao sul da Bahia.

Viajando de carro por Argentina, Chile e Uruguai - Parte III

Deixando a Cordilheira dos Andes para trás, chegou a hora de focar em dois destinos muito esperados por todo mundo: Buenos Aires, capital da Argentina, e Punta del Este, um dos balneários mais movimentados da América do Sul.

O décimo segundo dia de viagem (13/01) era tão longo quanto aquele entre Antofogasta e La Serena, com 901 KM. Saímos de Mendoza e seguimos em direção a Rosário, atravessando a região central da Argentina. O trajeto não rendeu muitas emoções. Chegando em Rosário, fomos a uma churrascaria famosa da cidade e voltamos para descansar, afinal na manhã do outro dia seguiríamos para a capital.

O décimo terceiro dia (14/01) era de viagem curta, apenas 297 KM, mas mesmo assim deveríamos sair cedo para chegar o quanto antes a Buenos Aires, afinal teríamos apenas a parte da tarde e a noite para conhecer a cidade. Chegando lá, saímos pela região central, passando pela famosa "Florida", seguindo para a "Casa Rosada", sede do governo argentino. Bem próxima dali está a Catedral de Buenos Aires, igreja belíssima. À noite, fomos conhecer a região do "Porto Madero", bairro moderno e cheio de bares e restaurantes, onde paramos para jantar na churrascaria "Siga la Vaca".

O décimo quarto dia (15/01) nos levaria ao terceiro país da viagem. Após 655 KM, chegamos a Punta del Este, no Uruguai - resolvemos não parar em Montevideo e seguir direto para a cidade praiana. Chegando em Punta del Este, fomos conhecer "Bikini Beach", uma das praias mais famosas da região. À noite, seguimos para a região do Iate Clube, onde se concentram bares e boates.

O décimo quinto dia (16/01) foi reservado para curtirmos a praia. Chegamos à "Playa Brava", onde passamos a manhã e conhecemos o monumento mais famoso da cidade, a "La Mano", também chamado de "Los Dedos", mão que emerge das areias da praia. Ao final do dia, alguns voltaram para "Bikini Beach" e outros foram conhecer a "Casapueblo" (foi a minha opção), um dos principais pontos turísticos de Punta del Este.

Chegou a hora de voltar à realidade. O décimo sexto dia de estrada (17/01) nos levaria de volta para o Brasil. Saímos de Punta del Este e seguimos até Porto Alegre/RS em 736 KM de viagem. Nesse trecho, passamos por Chuí/RS, cidade conhecida por ser a que está mais ao sul do Brasil.

O décimo sétimo dia de viagem (18/01) foi o menos emocionante, afinal deixamos nossos companheiros (carros) na locadora de veículos e seguimos para o aeroporto, de onde partiríamos de volta para casa.

A viagem foi intensa e cansativa, mas a experiência de viajar de carro, passar onde quiser e parar quando quiser vale muito! Espero, em breve, fazer uma nova viagem assim!

Viajando de carro por Argentina, Chile e Uruguai - Parte II

Era hora de se despedir de San Pedro de Atacama e rodar 340 KM até o litoral do Chile. A cidade escolhida para parada no fim do sétimo dia (08/01) foi Antofagasta. No caminho, passamos pela Mano del Desierto, escultura famosa mundialmente. Chegando à cidade, nos deparamos com um lugar lindo - praias, belos prédios na orla e, para nossa surpresa, gigantes caminhões que faziam parte do Rallie Dakar, competição que estava passando pela cidade naquele dia. Tivemos problemas com hotel, por isso curtimos pouco a cidade, saímos apenas para jantar - não tivemos tempo de conhecer a La Portada, ponto turístico de Antofagasta.

O oitavo dia de viagem (09/01) nos reservava a maior distância entre duas paradas: 901 KM. A viagem de Antofagasta a La Serena, também no litoral chileno, foi cansativa e cheia de surpresas. Uma das surpresas, a melhor, foi a parada em uma das praias que avistamos pelo caminho, onde entramos no Oceano Pacífico mesmo com frio e mar bem agitado. A segunda surpresa não foi tão boa assim: ficamos sem gasolina depois de um trajeto de muitos quilômetros sem posto pela estrada. Problema resolvido, chegamos a La Serena já à noite e nos hospedamos em uma pousada na cidade vizinha Coquimbo (La Serena e Coquimbo parecem formar uma única cidade).

Um dos destinos mais esperados estava por vir. No nono dia da viagem (10/01), partimos de La Serena em direção à capital Santiago. Foram 475 KM percorridos tranquilamente, uma vez que as estradas do Chile são ótimas, principalmente ao redor de Santiago. Chegamos na capital e fomos direto para o hostel, no bairro de Providência, um dos principais da cidade. À noite, participamos de um "Pub Crawl", passando de bar em bar, até terminar a noite em uma balada que tocava "reggaeton", estilo musical bem comum na noite do Chile.

O décimo dia (11/01) foi de descanso das estradas. Ficamos em Santiago para conhecer a cidade, que tem vários atrativos turísticos. Começamos o passeio pelo "Parque Forestal" em direção ao "Museo de Arte Contemporaneo" e ao "Museo de Bellas Artes". Seguimos para o "Cerro Santa Lucia", parque no centro da cidade, e logo depois para o "Palacio de La Moneda", sede do governo federal chileno. Para fechar o dia, caminhamos até o "Mercado Central" onde ficam localizados vários restaurantes tradicionais de frutos do mar.

O décimo primeiro dia da viagem (12/01) também era um dos mais esperados. Apesar de apenas 364 KM de distância entre Santiago e Mendoza, na Argentina, esse trecho conta com uma das estradas mais bonitas do mundo, chamada "Los Caracoles", uma sequência espetacular de curvas na Cordilheira dos Andes. As belezas continuaram após as famosas curvas com grandes lagos e picos cobertos de gelo mesmo no verão. Chegando em Mendoza, de volta à Argentina, passamos por grandes vinícolas da região - uma pena que chegamos tarde, após 17h, e não conseguimos fazer nenhuma visita.

Os relatos a partir do décimo segunda dia eu continuo a fazer no próximo post - Parte III.

Viajando de carro por Argentina, Chile e Uruguai - Parte I

Dizem que quando um lugar é longe, ele é no fim do mundo, não é mesmo? Foi pensando no principal destino da nossa viagem, o Deserto do Atacama, que demos a ela o nome de Missão Fim do Mundo. É claro que existem lugares bem mais distantes do Brasil, mas tínhamos um fator que potencializava essa distância: toda a viagem seria feita de carro!

Uma promoção de passagem aérea fez nascer no nosso grupo de amigos a vontade de viajar para um lugar diferente. A princípio, iríamos para a Bolívia, mas a promoção (ou erro do site) foi encerrada antes mesmo de preenchermos os dados dos 10 passageiros, ou seja, ficamos frustrados e com uma vontade imensa de viajar.

Após a frustração, decidimos montar um roteiro e logo veio a ideia de conhecer o Deserto do Atacama, no Chile. Para deixar a viagem mais divertida, resolvemos ir de carro (?) e, assim, também passar por outros países da América do Sul, como a Argentina e o Uruguai.

Sair de carro de Vitória/ES faria a viagem ficar pelo menos 6 dias mais longa, então tivemos a ideia de economizar energia e sair de Porto Alegre/RS. Sendo assim, nós, 8 aventureiros de primeira viagem, compramos passagens de Vitória/ES a Porto Alegre/RS e começamos a busca por locadoras de veículos na capital gaúcha.

Começamos a viagem saindo de Vitória/ES no dia 02 de janeiro de 2015, bem cedo, às 6h da manhã. Por volta das 11h da manhã, estávamos em Porto Alegre/RS. Chegamos à capital gaúcha e fomos direto para a locadora de veículos, que ficava bem próxima ao aeroporto. Retiramos os veículos (Fiat Pálio Weekend e Chevrolet Colbat) e seguimos para o primeiro trecho do roteiro: Porto Alegre x Uruguaiana/RS.

Foram 632 KM até Uruguaiana, na fronteira do Brasil com a Argentina. Chegamos na cidade ao anoitecer e fomos em busca de informações sobre a travessia, o que nos deixou em alerta com a documentação, que não tinha sido entregue completa pela locadora de veículos. No outro dia (03/01), esperamos pela manhã na praça principal da cidade - onde há um bar em forma de coreto e uma catedral - até que fosse enviada a documentação completa e, assim, pudéssemos seguir viagem.

Passamos pela fronteira sem problemas e seguimos rumo a Presidencia Roque Sanz Peña, primeira cidade argentina que faríamos parada. Até lá foram 556 KM, passando por cidades como Corrientes e Providência, separadas pelo Rio Paraguay. Esse segundo dia de estrada foi compensado com um dos melhores hotéis de toda a viagem, o Atrium Gualok, que possuía piscina aquecida e cassino.

O terceiro dia (04/01) já nos reservava lindas paisagens pelo caminho. Seriam 650 KM até Salta, ainda na Argentina, cidade que fica aos pés da Cordilheira dos Andes. Salta é uma cidade grande e muito movimentada, então decidimos sair à noite para conhecer o centro da cidade, que estava com ruas e bares lotados.

 

Ao amanhecer, durante o café da manhã, tivemos o prazer de avistar a Cordilheira dos Andes do terraço do hotel. A viagem nesse quarto dia (05/01) seria a mais longa e bela até o momento: 735 KM até San Pedro de Atacama, no Chile, passando por lindas paisagens como diques, montes congelados, desertos de sal e o Cerro Sete Colores, montanha que possui sete cores de terra diferentes, sem falar na experiência de estar em um dos pontos mais altos da América do Sul, no topo da Cordilheira dos Andes.

O quinto dia de viagem (06/01) começou no Deserto do Atacama, o lugar mais incrível do mundo. O primeiro passeio do dia foi para a Laguna Cejar, lagoa com enorme concentração de sal, que faz os banhistas flutuarem sem o mínimo esforço. Algumas horas depois, partimos para os Termas de Puritama, lugar sensacional com piscinas termais, um verdadeiro oásis no meio do deserto. Os dois passeios foram feitos com nossos próprios carros.

O sexto dia (07/01) começou bem cedo. Saímos às 5h30 da manhã, dessa vez com uma agência de turismo, rumo aos Geysers del Tatio, concentração de gêiseres, pequenos vulcões de água ferventes que emergem do chão e criam uma experiência incrível - os ovos utilizados no café da manhã foram cozidos na água quente que brotava do chão. Chegando de volta à cidade, seguimos para o Vale de la Luna, onde passamos por cavernas de sal e avistamos o pôr do sol na famosa Piedra del Coyote.

 

Continuarei o relato no post "Parte II".